24 de julho de 2015

Ainda o turismo

O arquipélago da Madeira, habitado por volta de 1425, explora as suas potencialidades turísticas há cerca de 150 anos. O Algarve, com uma tradição turística mais recente, a partir do início dos anos 60 inicia a sua expansão nesta área, potenciando o clima ameno e as melhores praias do sul da Europa.

Estas duas regiões têm como base da sua economia esta indústria, que, por ser exportadora por excelência, traz mais-valias importantes para a economia. Em 2013 o turismo em Portugal representava 11% das exportações de bens e serviços do país e no ranking mundial da competitividade do Turismo, elaborado pelo Fórum Económico Mundial, o país ocupava uma honrosa 20ª posição.

Aos Açores o turismo chegou bem mais tarde, chegou há muito pouco tempo. E foi como começar do zero. Faltavam hotéis, não existiam equipamentos de apoio, faltava formação, rareavam atividades complementares, enfim, nos Açores sofria-se de um atraso estrutural nesta importante área da economia a par da inexistência de preocupações com as questões ambientais, que, no fundo, são transversais a esta e a outras áreas de atividade.

Para se chegar até aqui foi feito um grande caminho nos Açores, já o havia dito. A Graciosa não foi exceção.

Foi preciso construir um hotel, apoiar a construção de espaços de turismo rural e a restauração. Foi imperioso remover o passivo ambiental com décadas. Foi necessário melhorar o Museu e mudar as Termas, construir um centro de apoio ao visitante no nosso principal monumento natural, a Caldeira. Foi necessário introduzir os voos aos sábados e domingos.

Penso que quase ninguém duvida que este caminho tinha de ser feito. Foi esta a estratégia: criar condições para sustentar o crescimento.

Não era possível crescer com unidades hoteleiras com 15 a 20 quartos, sem capacidade para receber grupos. Não era possível pensar em crescer turisticamente com duas lixeiras a céu aberto, uma na cabeceira do aeroporto e outra bem visível quando os barcos se preparam para atracar no porto comercial. As duas entradas na ilha estavam “minadas” com o que de pior podíamos mostrar.

Durante este percurso, mesmo assim, houve quem se preocupasse em arranjar dificuldades, ao invés de propor melhorias e soluções. E hoje em dia ainda há quem se entretenha a elaborar sofisticadas e emaranhadas teses disto e daquilo mesmo sabendo que não tem ponta de verdade.

Apetece-me partilhar o que o meu amigo João Aguiar escreveu recentemente na sua página do Facebook:

“Um desabafo!

Estou farto de pessoas que nasceram e vivem nos Acores e passam a vida a desvalorizar tudo o que é nosso!

Estou farto daqueles que aqui nasceram, cresceram, foram livremente viver para fora e estão sempre a criticar os Açores e as suas instituições!

Estou farto dos que fizeram a sua vida lá fora e ao regressar não se cansam de fazer comparações desfavoráveis entre os países que os acolheram e os Açores!

Estou farto daqueles que foram por nós adotados, como se aqui tivessem nascido e passam a vida a desmerecer as decisões tomadas por quem por nós foi eleito!

Apesar de não ser separatista, apetece-me plagiar a frase: - Açores... ame-os ou deixe-os!”

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