Na segunda-feira passada ouvi um
dirigente nacional do PSD afirmar, muito convicto, que as razões do falhanço
total das políticas económicas deste governo da república deviam-se à
conjuntura internacional.
Esta foi a primeira vez, depois
das eleições nacionais de 2011, que ouvi um dirigente do PSD aventar que esta
crise que nos assola poderá afinal ter outro responsável que não o anterior
primeiro-ministro. Pois é, afinal começam a cair as máscaras daqueles que
sempre se esforçaram por atribuir as culpas a quem lhes dava jeito, quando
todos sabiam que por essa Europa e pelo Mundo fora muitos países passavam por
dificuldades semelhantes às nossas.
Agora, acossados por todos os
lados e acusados de não conseguirem melhorar a situação económica do país,
apesar do impressionante sufoco fiscal a que sujeitam e vão sujeitar ainda mais
os portugueses, começam a pôr a mão na consciência e atiram para a conjuntura
internacional as culpas desta crise, coisa que também deveriam ter feito, se
houvesse honestidade política e intelectual, na altura em que entraram em
campanha eleitoral.
Pela nossa região assistimos a
algo parecido, mas ao contrário. O PSD andou à procura de buracos financeiros,
de contas mal geridas, tentou empolar os números da crise, eu sei lá do que
mais…
Como as coisas afinal não eram
assim – e isso foi confirmado por entidades idóneas – o PSD desesperou,
arrepiou caminho e mudou de tática. A opção passou pelo ataque pessoal de uma
forma inadmissível nos tempos que correm, pela promessa de empregos
inexistentes, pelas ameaças constantes, pela instrumentalização de atividades
religiosas, pelo incentivo a manifestações de descontentamento, pelo prometer
tudo a todos, desde obras até cargos políticos na administração regional e nas
empresas públicas. Enquanto isto a líder do ainda maior partido da oposição
anda por aí, feliz e contente, a afirmar que vai cortar aqui e ali, que vai
moralizar o sistema, num constante debulhar de ideias avulsas e contrárias às
ações perpetradas pelo seu partido por essas ilhas fora. Como é possível isto
acontecer?
Enquanto isto o Governo da
responsabilidade do PS continua a governar para os Açorianos, abrindo esta
semana mais um ano letivo sem sobressaltos, recebendo nota positiva dos
professores, pais e alunos e com a novidade de fornecer o pequeno-almoço aos
alunos que dele precisem.
Pois é, a vida tem destas coisas.
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