7 de setembro de 2012

Desta vez a derrota veio de Lisboa

Recentemente o Governo Regional dos Açores assinou com o Governo da República um memorando de entendimento, proposto em julho de 2011 pelo presidente Carlos César e aceite pelo primeiro-ministro em setembro do mesmo ano.

Quando o documento foi conhecido logo surgiram os agoirentos de turno a debitar considerandos, todos eles forrados de um pessimismo atroz, dizendo, nomeadamente, que os Açores tinham hipotecado a autonomia por uns milhões de euros.

Ora, nada de mais errado. A República Portuguesa, através deste documento e do que está plasmado no relatório da Inspeção Geral de Finanças, reconhece que a Região Autónoma dos Açores tem cumprido as metas orçamentais, não precisando de reduzir a despesa nem de aumentar a receita, nem tão pouco tem a necessidade de criar medidas restritivas ao contrário do que acontece lá fora ou na vizinha Região Autónoma da Madeira.

Isto quer dizer que os Açores não perdem a capacidade de promover medidas próprias de apoio às famílias e às empresas, como é o caso da redução do preço dos combustíveis, o complemento regional de pensão (cheque pequenino), complemento de abono de família para crianças e jovens ou a comparticipação na aquisição de medicamentos por idosos, não esquecendo o IVA mais reduzido ou o IRS e o IRC mais baixos em cerca de 20%.

Este acordo destinou-se a refinanciar a dívida pública devido às dificuldades de acesso aos mercados externos e garantir a capacidade da Região Autónoma dos Açores de manter uma política diferenciada, já que as contas dos Açores em nada contribuíram para o desequilíbrio financeiro do país.

Ao invés do que uma certa oposição pretende fazer crer, este entendimento é uma vitória e premeia a boa gestão das finanças públicas da Região Autónoma dos Açores.

É claro que o PSD, agachado à espera de um resgate financeiro ao estilo da Madeira, sofreu um novo revés, só que desta vez a derrota veio de onde menos se esperava, de Lisboa.

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