5 de fevereiro de 2015

Puxar para trás

Ao procurar-se o significado de política ou de fazer política encontramos várias definições, desde “ciência de governação”, passando por “arte de negociação para compatibilizar interesses” e até “ciência que busca estabelecer mecanismos que permitam a construção coletiva do bem comum”.

Fazer política não é só fazer campanha eleitoral, votar, ser eleito e responder ao eleitorado. É, de facto, muito mais do que isso. Participar nos debates de assuntos de interesse público, influenciar ou tentar influenciar nas questões mais corriqueiras do dia-a-dia, manter-se atento e participativo no que se passa na comunidade, são também formas de exercer os direitos cívicos e, no fundo, fazer política.

Visto por este prisma chegamos à conclusão que, afinal, todos fazemos política, de uma maneira ou de outra, muito embora muitos jurem a pés juntos que não o fazem.

Nesta busca por conceitos mais ou menos definidos, porque, como em tantas outras coisas, o seu significado não é linear, não encontramos lugar para encaixar aqueles que fazem da política um constante deita abaixo ou se entretém a puxar para trás.

Infelizmente quanto mais nos aproximamos do período eleitoral mais baixo voam as negras aves da desgraça à espera que algo corra mal, para logo desferirem os seus ataques.

Esta espécie de política feita às avessas é capaz de, em certos momentos, dar notoriedade aos seus autores, mesmo que efémera, mas, certamente, não contribuirá para o bem coletivo, que é, no fundo, aquilo que os deveria motivar.  

É pena que alguns partidos, em círculos bem definidos e em pleno século XXI, façam dessa prática o seu modo de vida.

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