Neste período do ano lembro
sempre, com uma certa nostalgia, os tempos em que acreditava no Pai Natal.
Naquele tempo os diversos comerciantes, com a criatividade que os
caraterizavam, tinham um Pai Natal que distribuía pelas casas dos seus clientes
a prendas previamente adquiridas nos seus estabelecimentos.
A espera fazia-se em “pulgas”,
com o pijama já envergado e com o rosto colado à janela da frente. Era um
momento mágico, aquele em que o homenzinho de barbas brancas satisfazia uma
parte, muito pequena diga-se, dos desejos da criançada.
Passada a idade da inocência e em
que deixamos de acreditar em tudo o que nos dizem, mantenho o hábito de, nesta
época natalícia e de transição para um novo ano, pedir a concretização de
alguns desejos, muitos deles repetentes.
Queria que acabasse a fome e a
guerra no mundo. Queria que o dinheiro gasto em armamento fosse todinho para a
cura de doenças que ceifam vidas. Pretendia que o ser humano fosse mais justo e
mais fraterno. Desejava acabar com a malvadez e a hipocrisia, tão abundante nos
tempos que correm. Acho que não é pedir muito…
Mas ao aproximar-me do ano 2013 e
pelo que os portugueses sofreram neste ano que agora termina, tenho mais uns desejos.
Queria que o Passos Coelho
deixasse os pensionistas em paz e acabasse com as ameaças veladas de mais
cortes nas suas pensões. Queria que o Presidente Cavaco Silva tivesse um
sobressalto, nem que fosse cívico. Gostaria que os enfermos continuassem a ser
tratados das suas maleitas e a ter acesso aos remédios de que precisam.
Desejava que aos idosos continuassem a ser dispensados acompanhamento e carinho
na última etapa das suas vidas. Queria que o governo não vendesse a RTP, que
não deixasse morrer as universidades e que devolvesse os submarinos aos alemães.
Daqui a um ano cá estarei, se
tiver vida e saúde, para renovar a esperança e os desejos que não forem
concretizados. Bom Ano.
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