Confesso que não ouvi a mensagem
de Ano Novo do nosso Presidente da República. Não a ouvi por nenhuma razão em
especial ou movido por qualquer preconceito, mas apenas por não me despertar
qualquer tipo curiosidade, até porque do mais alto magistrado da nação já não
espero grande coisa, sentimento que comungo com uma grande parte dos
portugueses.
Com esta minha linguagem acabei
por levar uma chapada com luva branca, não só por não ter avaliado bem a
intervenção política do Presidente da República naquela que seria a sua
primeira aparição no novo ano, mas também por ter ignorado a sua capacidade de
avaliar os danos que esta política de Passos, Gaspar e companhia provocam aos
portugueses e de dar um puxão de orelhas a quem nos levou para este atoleiro em
que se encontra Portugal.
Eu - que assumo ser um simples
mortal que muitas vezes se engana e que vive carregado de dúvidas, ao contrário
do Chefe da Nação - tenho de confessar que, mais uma vez, falhei.
O Presidente da República
reconheceu as dificuldades do ano velho, confirmou que o ano novo vai ser
difícil e corroborou a certeza que todos temos de que o país empobreceu e que
vai empobrecer ainda mais por via do aumento imenso e nunca visto da carga
fiscal.
Mas não foi só. Falhei logo a
seguir - e isto só pode dizer que são falhanços a mais - quando pensei que o
Dr. Mota Amaral iria deixar passar este “deita abaixo” sem qualquer reparo.
Num artigo publicado nas páginas
do jornal Açoriano Oriental, com o título “OE 2013 – a prova de fogo”, o Dr.
Mota Amaral desfere um ataque a Passos Coelho e aos seus ministros reconhecendo
que a situação do país tem vindo a piorar, ao contrário do que o Governo diz,
criticando-o duramente por ter sido mais troikista
que a troika e por não ter cumprido o
que prometeu na campanha, nomeadamente na questão dos cortes nos subsídios de
férias e de natal e nas pensões.
Reconheço a coragem destes dois
políticos, que, muito certamente, estarão incomodados com estas e outras
políticas que podem conduzir a uma, já eminente, rutura social.
No entanto não posso compreender
porque não usaram os mecanismos que estão ao seu dispor: o veto em Belém, no
caso do primeiro e o voto contra em São Bento, no caso do segundo.
Vamos ver em 2014…
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