Há cem anos atrás, gente de visão
larga e de espírito empreendedor, gente daquelas que faz coisas, resolveu fundar
uma filarmónica para animar as festas profanas e dignificar e acompanhar as
manifestações da fé do nosso povo.
A Filarmónica Recreio dos Artistas
surgiu numa cisão com outra filarmónica, a Liberdade, processo que não terá
sido muito pacífico, havendo mesmo algumas ameaças de pancadaria e metendo o
tribunal pelo meio.
Lembro-me da imensa atividade desta
instituição. Era uma casa animada, em que, para além dos ensaios da sua
filarmónica, decorriam a preparação das fantasias, os bailes e onde ensaiava também
um grupo de teatro. No verão a sua cerca anexa servia para apresentações de
teatro, para bailes e ainda para assistir ao cinema.
Hoje esta casa está bem viva, com
inúmeras atividades, destinadas a diversas idades, desde crianças até aos mais
maduros. A Filarmónica, como habitualmente a denominamos, e os seus dirigentes,
tem contrariado aquela ideia pré-concebida e pessimista de que já não há quem
se interesse por estas coisas.
Temos de agradecer às mulheres e aos
homens que hoje dirigem esta e outras instituições, que lhes dão vida, temos de
lhes agradecer por teimarem em seguir em frente, a ultrapassar as dificuldades,
sem nunca virarem a cara á luta.
Mas, no entanto, nunca poderemos esquecer
aquelas e aqueles que depois de cada crise a souberam reerguer. Não poderemos
esquecer todos os que a trouxeram até aqui, desde sócios, músicos e dirigentes,
de modo a que as novas gerações possam agora usufruir dela.
No dia 1 de janeiro estiveram os
sócios de parabéns e, mais do que os sócios, estão a Graciosa e os Graciosenses
de parabéns, porque podem contar com uma Filarmónica Recreio dos Artistas
centenária e pronta para o futuro.
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