25 de abril de 2013

Os caminhos de Abril


A liberdade, a fraternidade e a igualdade deram o mote ao movimento revolucionário que derrubou a ditadura e implantou a democracia devolvendo o poder ao povo.

A revolução dos cravos de 1974 percorreu este país de uma ponta à outra, semeando a esperança e a liberdade. O povo, até aí esquecido e oprimido por governantes déspotas, saiu à rua e acreditou que os ventos da mudança levariam este país a um futuro melhor.

Neste dia penso nas mulheres e nos homens que libertaram este país das garras da tirania, no que sofreram quando eram presos, torturados ou deportados, apenas por terem divergências ideológicas com aquele regime de direita que isolou Portugal do resto do mundo.

Hoje, dia 25 de Abril de 2013, os portugueses devem interrogar-se que raio de caminho Passos Coelho nos fez percorrer nestes dois anos.

Num ápice retiraram-se direitos, usurparam-se rendimentos, reduziram-se benefícios na saúde e na educação. Enquanto isso este país viu crescer os impostos, a pobreza, o desemprego e o incumprimento.

Ao mesmo tempo ignoram a Constituição Portuguesa ou veem-na com uma plasticidade adaptável às suas políticas recessivas e não, ao contrário, como um instrumento capaz de proteger os cidadãos da prepotência de um governo que está cada vez mais longe do seu povo.

Chegamos aqui, com um governo a cumprir à risca as ordens que vem de fora, executando uma saga de experimentalismos económicos, sem qualquer sucesso, demonstrando, em toda a linha, uma rara e atroz insensibilidade social.

São estranhos os caminhos de Abril.

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