12 de julho de 2012

Fazer o que se diz e ignorar o que se faz

Estava eu a passar os olhos pelos jornais logo pela manhã quando me deparei com uma notícia interessante: “Berta Cabral garante mais apoios sociais à custa de menos festas e viagens”.

Vindo de quem vem este propósito é, por demais, surpreendente. Todos conhecem, principalmente os micaelenses, a queda que Berta Cabral tem por festas e arraiais. Ainda recentemente, quando pressionada para suspender o seu trabalho, já a tempo parcial, como edil da maior autarquia dos Açores, a presidente da câmara e candidata a presidente do governo, apressou-se a disser que só sairia dessas funções depois das festas do Espírito Santo, as quais terão sofrido um reforço de verbas este ano. Pela amostra se percebe que estas festas são muito importantes para ela, se calhar pela visibilidade que lhe proporciona.

Se atentarmos aos inúmeros atos públicos, nesta muito fértil pré-campanha eleitoral, as festas tem servido de constante cenário para as suas aparições, mesmo quando promovidas por instituições cujos sócios não foram informados sobre a sua utilização abusiva como meio de propaganda, comprometendo as pessoas que exercem honestamente cargos nos órgãos sociais e os propósitos de equidistância e independência perante o poder político que estas instituições devem ter.

No que respeita a viagens, bem aí o que vemos é uma roda vida. Desde a Coreia do Sul, em representação da Associação Nacional dos Municípios Portugueses, ou os Estados Unidos da América, em representação da Câmara de Ponta Delgada, até ao Brasil, para assinar um contrato com um arquiteto para uma obra que não se sabe se verá a luz do dia, passando pelas inúmeras viagens entre ilhas, a atuação desta líder partidária tem-se pautado exatamente por um vai vem constante, nalguns casos de duvidosa utilidade.   

Por isso é difícil entender este título de notícia e estas oportunistas intenções, porquanto esta líder partidária faz exatamente o contrário daquilo que apregoa.

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