Estava eu a passar os olhos pelos
jornais logo pela manhã quando me deparei com uma notícia interessante: “Berta
Cabral garante mais apoios sociais à custa de menos festas e viagens”.
Vindo de quem vem este propósito
é, por demais, surpreendente. Todos conhecem, principalmente os micaelenses, a
queda que Berta Cabral tem por festas e arraiais. Ainda recentemente, quando
pressionada para suspender o seu trabalho, já a tempo parcial, como edil da
maior autarquia dos Açores, a presidente da câmara e candidata a presidente do
governo, apressou-se a disser que só sairia dessas funções depois das festas do
Espírito Santo, as quais terão sofrido um reforço de verbas este ano. Pela
amostra se percebe que estas festas são muito importantes para ela, se calhar
pela visibilidade que lhe proporciona.
Se atentarmos aos inúmeros atos públicos,
nesta muito fértil pré-campanha eleitoral, as festas tem servido de constante
cenário para as suas aparições, mesmo quando promovidas por instituições cujos
sócios não foram informados sobre a sua utilização abusiva como meio de
propaganda, comprometendo as pessoas que exercem honestamente cargos nos órgãos
sociais e os propósitos de equidistância e independência perante o poder
político que estas instituições devem ter.
No que respeita a viagens, bem aí
o que vemos é uma roda vida. Desde a Coreia do Sul, em representação da Associação
Nacional dos Municípios Portugueses, ou os Estados Unidos da América, em
representação da Câmara de Ponta Delgada, até ao Brasil, para assinar um
contrato com um arquiteto para uma obra que não se sabe se verá a luz do dia,
passando pelas inúmeras viagens entre ilhas, a atuação desta líder partidária
tem-se pautado exatamente por um vai vem constante, nalguns casos de duvidosa
utilidade.
Por isso é difícil entender este
título de notícia e estas oportunistas intenções, porquanto esta líder
partidária faz exatamente o contrário daquilo que apregoa.
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