Berta Cabral finalmente anunciou
que vai renunciar ao mandato como presidente da Câmara Municipal de Ponta
Delgada no final deste mês de julho. Foi um gesto que se adivinhava difícil,
mas lá chegou há sua hora. Esta notícia, já esperada, vem repor alguma
normalidade naquela edilidade, pois as ausências da sua presidente eram
demasiado evidentes e cada vez mais demoradas, para se dedicar quase em
exclusividade à sua candidatura a presidente do Governo Regional.
Mas, de facto, este abandono da
maior autarquia dos Açores já não é de agora. Em boa verdade tem sido o
vice-presidente a liderar informalmente a autarquia, com todos os
inconvenientes que essa indefinição acarreta, por isso é correto inferir-se que
Berta Cabral afinal já há muito tempo tinha abandonado a Câmara Municipal de
Ponta Delgada e os pontadelgadenses.
Esta estratégia de se manter a
todo o custo e até quase ao limite poderá, de certo modo, ter sustentado a
constante aparição na comunicação social da sua presidente e candidata, que, como
se sabe, gosta de juntar esta faceta mais vistosa da política a outras mais
inusitadas: a da promessa fácil e da satisfação de descontentamentos.
No fundo este comportamento de se
agarrar à cadeira do poder foi notoriamente prejudicial ao seu concelho, pelas
razões óbvias que estão à vista de todos e ainda por ter feito da Câmara Municipal
do seu concelho um posto de comando avançado de oposição ao Governo Regional.
Este voltar de costas constituiu um prejuízo evidente para a população.
Não há qualquer dúvida que a
Câmara Municipal de Ponta Delgada foi usada por Berta Cabral, de forma abusiva,
para satisfazer a ambição pessoal e política de chegar ao Governo Regional.
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