Como se esperava, o Presidente do
PS / Açores, Vasco Cordeiro, fez duas excelentes intervenções neste que foi o
XV Congresso do partido, não tanto pela forma, que nesta altura pouco
interessará, mas, sobretudo, pelo tom assertivo com que identificou as ameaças
que aí vêm, pela esperança que incutiu nas palavras que dirigiu ao povo dos
Açores nestes momentos de dificuldades e pela certeza que este conclave não
servia para resolver questões internas ou disputas pelo poder, mas antes para
procurar soluções para os problemas que estes novos tempos nos vão trazer.
Foram discursos para fora do
partido, lembrando, aqui e ali, que os consensos alargados com os parceiros,
sociais e políticos, só nos tornarão mais coesos.
Não haja dúvida nenhuma que os
centralistas de Lisboa se preparam para assaltar o nosso mar de uma forma que,
no dizer de Vasco Cordeiro, se assemelha à pirataria de outros tempos.
Agora, quando são conhecidas as
potencialidades dos minérios existentes nos fundos açorianos, o Governo da
República põe as garras de fora e tenta, a todo o custo, tirar proveitos à
conta de atropelos à nossa autonomia política e administrativa.
Passos Coelho também se propõe
alterar a Lei das Finanças das Regiões Autónomas. No meio de algumas propostas que
vão no sentido de maior rigor e transparência que, para o nosso caso, são
inócuas, o Governo Central quer baixar o diferencial fiscal de 30 para 20%,
significando essa medida mais impostos para o açorianos, o que é
verdadeiramente inaceitável para Vasco Cordeiro.
Vasco Cordeiro também se
demarcou, e muito bem, do desmantelamento do estado social que o governo do PSD
/ PP está a preparar no continente.
Aqui, na Região Autónoma dos
Açores, cabe-nos defender os que mais precisam, os mais desfavorecidos. É por
isso que Vasco Cordeiro anunciou que irá manter todos os apoios sociais já
existentes e aumentar o “cheque pequenino”, tal como o prometido na campanha
eleitoral.
Também foi anunciado o reforço de 30 milhões
de euros na saúde, como forma de garantir a qualidade nesta importante área.
Temos de estar atentos e
vigilantes para não sermos surpreendidos por manobras perpetradas nos
corredores cinzentos do poder central.
A autonomia e os autonomistas têm
agora a oportunidade de defender, em uníssono, as conquistas dos últimos 37
anos.
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